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Lutas / MMA / COMO ASSIM?

Wanderlei Silva relembra momento em que foi nocauteado dentro do vestiário e desabafa: "Um dos dias mais difíceis da vida"

Na ocasião, lutador estava momentos antes de encarar Ricardo Arona, pelo Pride

Redação Publicado em 01/12/2020, às 14h50

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Wanderlei Silva relembra momento em que foi nocauteado dentro do vestiário e desabafa - GettyImages
Wanderlei Silva relembra momento em que foi nocauteado dentro do vestiário e desabafa - GettyImages

Depois de quase 15 anos, Wanderlei Silva concordou em relembrar de um momento complicado em sua carreira no MMA.

Antes de sua revanche contra Ricardo Arona, em dezembro de 2005, o curitibano foi nocauteado pelo americano Charles "Krazy Horse" Bennett

O lutador reconheceu o caso em sua biografia, "Sem Coleira", lançada em outubro deste ano no Rio de Janeiro, e aceitou recordar os acontecimentos daquele dia em entrevista ao site "Combate".

"Foi uma situação extrema que veio à tona com o livro. Ninguém gosta de demonstrar fraqueza, dizer que perde ou que levou desvantagem em alguma coisa. Então, a gente nunca precisou falar dessa história antes, não teve uma razão. Eu sabia o peso que uma derrota (na luta contra Arona) teria. Você perde dinheiro, patrocínio… Quando eu venci, peguei o cinturão, olhei para o povo e voltei para o vestiário… me deu uma emoção, comecei a rezar e agradecer. Eu chorei compulsivamente, foi um dia muito marcante para mim. Eu diria que um dos dias mais difíceis da minha vida", disse.

"Krazy Horse" havia vencido Ken Kaneko no primeiro duelo daquela noite. Ele estava no mesmo vestiário da Chute Boxe, equipe de Wanderlei Silva.

Depois da sua apresentação no ringue, o americano começou a provocar os brasileiros e atacou Cristiano Marcello, treinador de jiu-jítsu do curitibano. A briga entre os dois não foi interrompida pelos demais, que apenas viram Cristiano apagar Bennett com um triângulo, sendo um dos vídeos mais famosos do MMA na internet.

Toda a briga foi filmada pela equipe do Pride, que sempre acompanhava os lutadores nos bastidores.

O fato novo, do qual não há registros, é que depois de acordar, Bennett acertou um soco na boca de Wanderlei e nocauteou o brasileiro.

O episódio já era comentado por fãs e jornalistas, mas nunca havia sido confirmado e relatado pelo lutador ou por companheiros de equipe presentes naquele dia.

"Corri atrás dele pelo vestiário, mas não consegui pegar o cara. O pessoal (equipe do Pride) tinha gravado o cara me nocauteando. Só que a gente chegou para o câmera e falou gentilmente: 'Apaga. Tira essa parte da história'", contou.

Logo depois, Rafael Cordeiro foi a figura mais importante para recolocar Wanderlei nos trilhos do confronto com Ricardo Arona.

O treinador transformou o problema em solução e convenceu o atleta de que a situação adversa tinha servido como um batismo de fogo. Depois do ocorrido, o pupilo estaria preparado para encarar qualquer coisa.

Assim, Wanderlei define Arona como seu grande "Arquirrival". Os dois já haviam se enfrentado em agosto daquele mesmo ano com vitória do carioca por decisão e foram os responsáveis pela eclosão da rivalidade entre a Brazilian Top Team, de Arona, e a Chute Boxe, de Wanderlei.

"Foi o aquecimento. Nessa luta eu já entrei no segundo round. Eu estava com a confiança inabalável. Não lutar é algo que não passou pela minha cabeça, porque o atleta treina quatro, cinco meses e só vai receber quando sobe no ringue, se não lutar não ganha. É o meu trabalho, tinha sido, entre aspas, um erro meu, porque eu não deveria nem ter me metido, não deveria ter chegado perto do cara. Eu pensei: 'Já treinei tanto, estou pronto para lutar, não quero nem saber'", comentou Wanderlei, que vingou a derrota anterior e bateu o seu grande rival por decisão dividida.