Corte Arbitral do Esporte decidiu manter a suspensão de dois anos da judoca por doping
Nesta segunda-feira, 21, a Corte Arbitral do Esporte (CAS) decidiu manter a suspensão de dois anos para a judoca Rafaela Silva, pega no exame antidoping durante os Jogos Pan-Americanos de 2019, em Lima, Peru. Com a decisão, a atual campeã olímpica da categoria até 57kg está fora das Olimpíadas de Tóquio 2020, adiadas para 2021 por conta da pandemia de coronavírus.
Após a decisão da CAS, diversos nomes envolvidos com o judô brasileiro usaram as redes sociais para mandarem mensagens de apoio à judoca.
Flávio Canto, medalha de bronze nas Olimpíadas de Atenas 2004, desejou força para Rafaela. O ex-atleta é o idealizador do Instituto Reação, ONG onde a judoca foi revelada. Ele esteve presente na entrevista coletiva que Rafaela eu após o caso de doping ser revelado.
“Que tenha a força necessária pra superar esse dia triste, vestir seu quimono e voltar pro seu lugar”, escreveu o ex-judoca.
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Além de Canto, a treinadora da Seleção Brasileira, Rosicleia Campos, também publicou uma menagem de apoio à Rafaela.
“Quantas vezes esse gesto foi repetido [conquista de uma medalha]. Sorriso no rosto, foto no pódio, foto com a medalha. @rafaelasilvaa tenho ABSOLUTA CERTEZA que Deus tem outros planos para você. Siga forte, cabeça erguida. Que venha Paris 2024. Vamos que vamos!!!”, escreveu Rosicleia.
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Após a decisão da CAR, a Confederação Brasileira de Judô (CBJ) emitiu nota em defesa da judoca.
“Uma das principais lições que o nosso esporte ensina é aprender a cair, levantar e seguir. Rafaela Silva e o judô brasileiro levantarão ainda mais fortes. Juntos, estamos preparados para vencer as dificuldades”, diz um trecho do comunicado.
O caso
Rafaela entrou com um recurso na CAS para tentar a redução da punição. No dia 10 de setembro, foi realizado o julgamento através de videoconferência e nesta segunda-feira saiu o resultado, confirmando que a judoca não poderá brigar pela manutenção do título nos Jogos Olímpicos.
Além disso, a CAS também decidiu retirar as medalhas conquistas no Mundial de 2019: bronze no individual e o bronze por equipes.
No entanto, a Corte Arbitral do Esporte não aceitou o recurso da Federação Internacional de Judô (FIJ) para aumentar a pena de Rafaela Silva para quatro anos.
A audiência do julgamento do recurso de Rafaela Silva aconteceu no dia 10 de setembro e a judoca fez um curto depoimento.
O objetivo da defesa no julgamento foi comprovar a origem da substância (fenoterol) que entrou no corpo da judoca durante os Jogos Pan-Americanos de Lima, buscando a redução da pena de acordo com o grau de negligência.
Pelas regras do código antidoping, os atletas são responsáveis por tudo que ingerem e mesmo que a ingestão não tenha sido proposital e/ou que não haja ganho técnico ou esportivo com a substância, há a punição por negligência.
Com manutenção da pena, Rafaela Silva só poderá voltar a competir em novembro de 2021, dois anos depois de sua última competição, perdendo assim as Olimpíadas de Tóquio.