Treinador do Botafogo criticou a entidade por deixar responsabilidade de paralisar os estaduais nas mãos das federações
Guilherme Assumpção Publicado em 19/03/2020, às 17h24
As críticas de Paulo Autuori, treinador do Botafogo, ao comportamento da CBF durante a pandemia de coronavírus seguem rendendo na entidade máxima do futebol brasileiro. Nesta quinta-feira, 19, Walter Feldman, secretário-geral da Confederação, analisou o discurso de Autuori e se mostrou bastante incomodado com as críticas.
“A declaração do Paulo Autuori foi absolutamente infeliz e desinformada. O esforço para integrar todos os protagonistas é muito complexo. A CBF vem tratando a crise do coronavírus desde quando começou a ocorrer na China. Todas as medidas que adotamos foram tomadas em sintonia com o Ministério da Saúde”, disse Feldman em entrevista ao canal SporTV.
“O Autuori não fez essa afirmação na Federação dos Treinadores ou para o próprio Botafogo, fez uma afirmação de bravata. Em nenhum momento nos ligou dando uma sugestão. Fez apenas para ser nota de alguma notícia que gera especulação, gera o debate. Ele não tem livre representação para fazer afirmações deste caráter, desrespeitando as medidas fortes, contundentes e democráticas que a CBF adotou. Neste momento, todos os campeonatos estão suspensos por orientação e convencimento”, completou.
Na ocasião, Paulo deu sua opinião sobre a decisão da CBF em deixar nas mãos das Federações o papel de paralisar ou não os estaduais.
“Como sempre, a CBF se omite e/ou fica em cima do muro nas decisões, as quais cabem, exclusivamente, a ela tomar em relação a todo o futebol brasileiro", afirmou Autuori em entrevista ao site Globo Esporte.
A paralisação do futebol brasileiro levanta muitas dúvidas a respeito da sequência da temporada. Muitos se questionam se o calendário será alterado por conta do problema, mas Feldman garante que, no momento, a CBF não pensa em alterar as datas já previstas.
“O presidente Rogério Caboclo tem o costume de chamar os diretores, conversar com os clubes, tem uma relação boa com a Conmebol e Fifa. Ele diz uma frase pragmática: "A mudança do calendário não pode ser objeto de uma oportunidade, tem que ser de convicção". Não será por conta da crise que vamos mudá-lo radicalmente”, garantiu.
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