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Futebol / RACISMO NO ESPORTE

Vítima de racismo, Aranha relembra caso em 2014: “A essência do futebol no Brasil é racista”

Goleiro revela que episódio chegou a prejudicar sua carreira: “Passei a ser o encrenqueiro”

Redação Publicado em 05/06/2020, às 11h17

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Vítima de racismo, Aranha relembra caso em 2014 - YouTube
Vítima de racismo, Aranha relembra caso em 2014 - YouTube

Vítima de racismo em 2014, o goleiro Aranha revelou que o caso, mesmo que tenha sido flagrado pelas câmeras e tomado grandes proporções no país, chegou a prejudicar até a própria carreira nos anos seguintes. Em sua participação no programa Troca de Passes, do SporTV, o jogador relembrou o episódio na Arena do Grêmio, quando o Santos visitou o clube.

“A parte dos xingamentos (racistas) é a mais fácil. Complicado é com aquilo que você não enxerga. A essência do futebol no Brasil é totalmente racista, os negros não podiam jogar. Como é uma coisa nova ainda, de 100 anos, tem muito diretor, netos de diretores daquele tempo. Muito figurão ainda no futebol que traz esse pensamento”, disse o goleiro.

“O que aconteceu com o Barbosa (goleiro da Copa do Mundo de 1950)... Eles usaram aquele lance para descarregar o racismo nele, porque era negro e eles não queriam. Usaram aquilo e depois dele para todos, 'goleiro negro não vinga, não serve'. No meu caso, passei a ser o encrenqueiro. Todo time que me contrata sabe que toda vez que acontecer alguma coisa eu vou ter que falar e estarei com a camisa do clube. Nem todo diretor está disposto a abraçar isso”, acrescentou Aranha.

O goleiro ainda falou sobre as manifestações que acontecem nos Estados Unidos pelo assassinato de George Floyd. Ele disse estar sensibilizado e alertou sobre os casos que não são registrados. Ele ainda fez uma crítica ao comportamento do Grêmio pelo episódio em 2014.

“Esse é um caso que foi para mídia (morte de George Floyd), filmaram, como meu caso na Arena do Grêmio. O problema são os casos que não são registrados. Para você ter ideia, no caso do Grêmio com toda a filmagem, com todas as provas, com tudo que foi falado, o Grêmio colocou uma câmera exclusiva para mim toda vez que eu voltava e me colocaram como agitador, como oportunista. Em nenhum momento o Grêmio agiu como deveria”, concluiu.