Comandante ainda analisou o futebol apresentado pelo Flamengo e falou sobre o "glamour" em torno dos estrangeiros
Guilherme Assumpção Publicado em 08/01/2020, às 18h42 - Atualizado às 18h50
As conquistas de Jorge Jesus no Flamengo seguem rendendo comentários dos treinadores brasileiros. Desta vez, quem comentou o trabalho do português foi Rodrigo Santana, ex-treinador do Atlético Mineiro. Para ele, o sucesso de Jesus aconteceu somente por conta do ótimo time Rubro-Negro.
“Dá uma equipe que caiu ou que brigou para não cair para um estrangeiro e veja se ele consegue fazer isso. Eles não vão fazer. Não estou tirando o mérito deles, que são muito bons, mas é evidente quando você tem no seu elenco jogadores com características ofensivas, agudas e que joga bonito, tudo se torna mais fácil. Eu peguei o Flamengo no Horto e ganhamos por 2 a 1 com um a menos desde o final do primeiro tempo”, afirmou Santana em entrevista ao jornal A Tribuna.
“Ao comparar os times do Flamengo que jogaram contra o Galo, no segundo turno entraram o Filipe Luís, o Rafinha e mais um zagueiro. O Jorge Jesus ajeitou a linha defensiva do time, mas do meio de campo para frente eram os mesmos jogadores. Hoje vários clubes têm treinadores portugueses, mas quantos brasileiros treinam em Portugal? Quase nenhum”, completou.
Santana ainda afirmou que a “onda” de estrangeiros no futebol brasileiro é passageira. O treinador afirmou que o “glamour” em torno dos comandantes de fora do Brasil está muito grande.
“Qual foi a melhor campanha de Portugal em uma Copa do Mundo? Com o Felipão. Os portugueses teorizaram a prática. A gente fala contra-ataque e eles, transição ofensiva. Os estudiosos do futebol que nascem agora, principalmente os treinadores mais novos, que falam bonitinho, estão colocando em prática. O problema é que o glamour em torno dos técnicos estrangeiros está muito grande agora”, ponderou Rodrigo.
Sobre o time do Flamengo, Rodrigo Santana elogiou o futebol apresentado, mas garantiu que as falhas na equipe são perceptíveis para quem assiste aos jogos.
“Eu tenho certeza absoluta, assim como tenho convicção que qualquer treinador que pegasse o Flamengo iria bem. Não tiro o mérito do Jorge Jesus, que é bom para caramba. O time dele tem uma grande movimentação e você percebe que aquilo é fruto de treino. Existem falhas? É claro. A gente consegue observar, mas não está com o controle remoto para mudar aquilo de imediato”, falou.
“Nem sempre você tem no elenco os jogadores adequados para explorar as fragilidades apresentadas. Para parte da imprensa esportiva, o Jorge Jesus acabou com o mito de poupar jogadores que disputam várias competições”, concluiu o ex-técnico do Galo.
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Rodrigo Santana 
Jorge Jesus 
