Órgão alega falta de provas contra Modesto Roma Júnior, mas clube pretende reverter
No fim do mês passado, o Ministério Público de Santos encaminhou o arquivamento do pedido do Santos FC sobre a instauração de inquérito policial para apurar possíveis "atos ilícitos" cometidos pelo ex-presidente Modesto Roma Júnior, o ex-vice César Augusto Conforti e o ex-superintendente Osvaldo Eduardo Cardoso Ribeiro.
O despacho assinado pela 7ª Promotora de Justiça de Santos, Sheila Xavier Mendes relata que o Santos alega ter sido vítima de atos ilícitos que causaram grandes prejuízos, com Modesto, Conforti e Osvaldo tendo "benefícios econômicos indevidos".
No pedido de abertura do inquérito policial, o clube cita a contratação de uma empresa para intermediar o recebimento do mecanismo de solidariedade referente a transferência de Neymar do Barcelona para o Paris Saint-Germain.
O valor cobrado pelo serviço foi de R$ 429.950,29. De acordo com o clube, a negociação poderia ter sido feita entre departamentos jurídicos, sem a necessidade da contratação.
O requerimento feito pelo Santos também cita a contratação de um escritório de advocacia, que, segundo alega, não tem especialidade na área esportiva, e teve movimentação de cerca de R$ 13 milhões.
No entanto, o Ministério Público cita a defesa da empresa em outro processo contra o Santos, em que alega que o Paris Saint-Germain se negava a repassar o valor do mecanismo de solidariedade ao Peixe por não ter havido uma negociação com o Barcelona à época da transferência, apenas o pagamento da multa.
O órgão público entende, portanto, que a contratação da empresa se deu pela possibilidade de o clube não receber o que tinha direito.
"Nesse cenário, mostra-se deveras temerário a instauração de inquérito policial com base, tão somente, nas alegações do ora requerente que, aliás, não trouxe sequer indícios mínimos da ocorrência de qualquer infração penal", escreveu a promotora.
A promotoria do Ministério Público também alega falta de provas e assim, encaminhou a um juiz o pedido de arquivamento do caso.
Advogado criminalista do Santos, Caio Ferraris lembra que Modesto Roma Júnior foi expulso do quadro de sócios do Santos pelo Conselho Deliberativo e que anexou ao processo toda a investigação da Comissão de Inquérito e Sindicância sobre o caso.