Meio-campista decidiu abrir o jogo sobre ambiente conturbado da Raposa no ano passado
Guilherme Assumpção Publicado em 04/06/2020, às 15h43
O ano de 2019 do Cruzeiro contou com momentos de drama e tristeza para os torcedores. Com muitas confusões dentro de fora de campo, a equipe não conseguiu se recuperar no Campeonato Brasileiro e acabou sendo rebaixada para a segunda divisão.
O ambiente era de muita insegurança pelos problemas jurídicos que a Raposa se envolveu e o clima tenso acabou se espalhando por todo o elenco. Desde saídas de treinadores até briga entre jogadores, o Cruzeiro se afundou em uma profunda crise no ano passado.
Nesta temporada, o clube tenta se encontrar novamente e se recolocar entre os principais times do país. Porém, as histórias que aconteceram seguem vindo à tona após entrevistas de jogadores presentes na campanha do rebaixamento.
Desta vez, foi o meia Rodriguinho quem comentou a situação vivida pelo clube em 2019. Durante entrevista ao canal ESPN, o jogador relatou momentos muito conturbados entre o elenco e contou como os atletas ficaram sabendo das enormes confusões jurídicas da Raposa.
“Eu vi a bomba toda pelo Fantástico. A partir dali é que as coisas ficaram bem claras para gente, que o clube estava devastado. Só que era uma maquiagem muito boa para todo mundo, ninguém percebia. Até então estava tudo organizado, tudo certo. A gente não estava tendo nenhum problema. A partir que saiu no Fantástico é que começou a desandar”, relembrou Rodriguinho.
Atualmente, Rodriguinho defende o Bahia após concretizar sua saída do Cruzeiro. O meia relatou ainda que o ambiente conturbado não se restringia apenas à diretoria, mas também entre os jogadores.
Segundo ele, diversos problemas de relacionamento foram acontecendo entre treinador e jogador, atleta com atleta, entre outros. Rodriguinho ainda garantiu que existiam jogadores que não aceitavam ficar no banco de reservas e se recusavam a viajar.
“Foi se desenhando um cenário caótico. E aquilo ali se refletiu dentro de campo. E muito forte, porque estava todo mundo abalado com as coisas que estavam acontecendo. Daqui a pouco começou a ter problema de treinador, problema de jogador com jogador, problema de jogador com treinador... virou uma bagunça! Jogador não aceitava ficar no banco, jogava colete e saía do treino, não ia para a viagem... Virou terra de ninguém! E isso foi cada vez piorando mais”, contou.
“Esse ambiente ruim veio a partir da diretoria. O Mano saiu antes de explodir toda a bomba. Ele já tinha três anos de clube, já estava há muito tempo com os caras... Ficou desgastado e saiu. Mas sem problema nenhum, saiu numa boa, cabeça erguida, falou com todo mundo. Quando chegou o Rogério (Ceni), ele teve um grande problema com vários atletas que estavam lá. Começou a piorar a situação. Mais essa coisa da diretoria, salário começou a atrasar, funcionário começou a reclamar, jogador começou a reclamar de treinador e diretoria...”, acrescentou.
CONFIANÇA
Apesar de todas as dificuldades, Rodriguinho contou que acreditava na recuperação do Cruzeiro na temporada. Para ele, o grupo de jogadores era muito qualificado para ser rebaixado à Série B.
“Eu achei que mesmo com todas as dificuldades, o nosso time, pela qualidade que tinha e pelos jogadores que tinha, não iria cair, só passaria aperto”, frisou. “Mas não tem jeito. Não ganhava porque não tinha que ganhar. Esse é o futebol. Se não fizer tudo certinho, a bola não vai entrar, você não vai acertar, e assim as coisas acontecem!”, concluiu.
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