Equipe Alvinegra não se saiu muito bem no início do Brasileirão e apresentou resquícios do elenco que foi rebaixada há 13 anos
Izabella Macedo Publicado em 22/10/2020, às 16h53
Depois de apresentar um início de Campeonato Brasileiro muito abaixo do que o esperado, a equipe do Corinthians continuou colecionando empates e derrotas diante de adversário que anos atrás venceria com mais tranquilidade.
A situação interna, com a demissão de Tiago Nunes da equipe, no meio do torneio que sofreu com a paralisação por conta da pandemia de coronavírus, e ter o interino Dyego Coelho novamente no comando mostrou que as coisas não estavam 100% bem no Timão.
Ainda com Coelho, o time entrou na zona de rebaixamento e a campanha até aí fez com que alguns torcedores e também comentaristas lembrassem do mesmo elenco de 2007, que jogou mal e acabou sendo rebaixado pela primeira vez em sua história.
Diante disso, o SportBuzz relembra aqui as semelhanças entre a equipe de 2007 e de 2020. Confira:
Para começar falando de 2007, é necessário puxar uma questão importante na história do clube: As contratações não planejadas.
Em 2005, o Corinthians montou um timaço. A contratação de Tévez por muito tempo se manteve como a mais cara da história. Até hoje existem listas que ainda a colocam no topo por conta da correção monetária.
Outros nomes, como Mascherano, por exemplo, também chegaram para reforçar a equipe.
Com isso e apesar das polêmicas com a arbitragem, o Corinthians foi campeão nacional em 2005.
No entanto, a grande questão foi que as contratações foram feitas com a ajuda financeira da MSI, grupo de investimentos liderado pelo iraniano Kia Joorabchian.
A SAÍDA DA MSI
Já em 2006, o sonho do time perfeito começou a declinar. A MSI parou de injetar dinheiro no Corinthians. Tévez saiu pela porta dos fundos e Émerson Leão não conseguiu acertar o time para aquela temporada, que foi consideravelmente morna.
A FALTA DE DINHEIRO E O TIME MAIS FRACO
Como o dinheiro do Corinthians veio de fora, quando a fonte parou de oferecer, não deu mais para manter os investimentos.
Por conta disso, o Timão manteve um time cada vez mais fraco, que não conseguia contratar, nem manter suas peças.
Um grande exemplo desse problema é Willian, meia-atacante que hoje está no Arsenal, que se destacou em 2007, mas ainda antes do fim do campeonato rumou para a Ucrânia.
Fora das quatro linhas, escândalos de corrupção envolvendo o presidente Alberto Dualib e a MSI de Kia Joorabchian deixaram o Corinthians ocupando não apenas as páginas esportivas, mas também as policiais.
Em uma nova eleição, Andrés Sanchez assumiu a presidência, com a tentativa de salvar o clube do pior.
NO BRASILEIRÃO
A campanha no Brasileiro foi tão ruim que o Corinthians deu sorte de não ter caído antes da hora.
Para se ter noção, em 38 jogos, apenas 10 vitórias, 14 derrotas e 14 empates aconteceram. Naquele momento, o Timão era um time que empatava muito e vencia muito pouco.
No caminho, alguns jogos memoráveis ainda estão frescos na cabeça do torcedor, como a quebra do tabu contra o São Paulo e o pênalti defendido pelo goleiro Felipe contra o Goiás.
Depois de perder em casa para o Vasco e jogar fora a chance de se salvar, o Corinthians deixou a decisão para a última hora.
Para isso, entrou no Olímpico precisando vencer o Grêmio e torcendo para o Goiás não ganhar do Internacional.
As duas missões eram consideradas difíceis, já que o Tricolor era o atual vice-campeão da Libertadores e muito forte dentro de casa e o Colorado, ainda sentido pelas polêmicas de 2005, não fez muito esforço para derrotar os esmeraldinos.
E em mais uma vez, o Timão empatou, o Goiás ganhou e o rebaixamento para a série B já não tinha mais volta.
2007 x 2020
Em 2020, a seca de vitórias é somente uma das principais similaridades com o feito de 2007 no Brasileirão.
Da mesma forma como aconteceu naquela temporada, o Corinthians estava sendo comandado por um treinador interino.
Em 2007, com mais ou menos 14 jogos já disputados, o Alvinegro estava ocupando a 16ª posição com apenas 16 pontos somados. No mesmo momento, mas em 2020, o time era o 15° colocado, mesmo ainda estando com um ponto a menos.
Nas duas campanhas, o número de vitórias era igual, com três triunfos. Além disso, a primeira equipe na zona de rebaixamento na época, o Juventude, tinha os mesmos 15 pontos do Botafogo.
Porém, em termos de comparação, há 12 anos o jejum de vitórias era bem maior do que hoje.
Depois de começar bem, o Timão, com 10 pontos conquistados em 12 possíveis, emendou também 10 partidas sem somar os três tão sonhados pontos.
Atualmente, a seca conta com 14 jogos sem vencer, sendo que em seis confrontos o jogo terminou empatado, com ou sem gols, sete derrotas e apenas quatro vitórias.
Na campanha do rebaixamento, o Corinthians tinha Paulo César Carpegiani à frente do elenco até a 21ª rodada. Após a demissão, a diretoria Alvinegra preferiu apostar em uma solução caseira, como também foi neste ano.
Em seus jogos com Zé Augusto, o time teve duas vitórias iniciais, mas em contrapartida emendou três derrotas seguidas.
Foi aí que Nelsinho Baptista foi contratado para os últimos 11 jogos, mas com o time já em queda, não houve solução se não o rebaixamento.
Agora, a equipe do Parque São Jorge está sob o comando de Vagner Mancini, que até aqui primeiro venceu o Athletico por 1 a 0 fora de casa, perdeu feio de 5 a 0 para o Flamengo e venceu o Vasco por 2 a 1 e já respira aliviado fora do Z-4.
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