Atletas expressaram sua indignação com os acontecimentos racistas durante as partidas
A morte de George Floyd causou comoção mundial. A luta contra o racismo, travada a anos, ganhou mais um capítulo depois da forma que o segurança foi abordado por policiais em Mineápolis e morto posteriormente.
Mesmo antes do caso de Floyd, o esporte sempre mostrou estar à frente das lutas sociais e dessa vez não foi diferente. Apesar de Floyd nunca ter tido uma relação íntima com nenhum esporte, seu nome se espalhou pelo planeta e chegou até as modalidades mais famosas.
Atletas, marcas, equipes e até mesmo a FIFA se posicionaram, e se uniram no combate ao racismo.
O caso envolvendo o segurança negro fez com que outros fossem lembrados, no entanto, esses aconteceram dentro de campo e tiveram reações imediatas dos jogadores.
Por esse motivo, o SportBuzz relembra aqui algumas das manifestações feitas por jogadores dentro de campo contra o racismo. Confira:
Roberto Carlos
Em junho de 2011, o brasileiro Roberto Carlos foi vítima de racismo na Rússia, durante a partida entre Anzhi Makhachkala e Krylia Sovetov.
Assim como o famoso caso envolvendo Daniel Alves, o atleta também foi alvo de uma banana atirada dentro do gramado.
Como forma de protesto pelo acontecido, Roberto Carlos optou por deixar a partida. Muito irritado com a situação, em sua saída, o jogador fez gestos para a torcida e se mostrou indignado em ter que tomar tal decisão.
"Estou indignado com o comportamento do torcedor que ofendeu não apenas a mim, mas a todos os jogadores presentes. E não apenas os jogadores, mas todo o futebol russo", desabafou o lateral ao Sport-Express na época.
Boateng
O amistoso de 2013 entre Milan e Pro Patria pelo Campeonato Italiano teve que ser encerrado de forma brusca por conta do comportamento racista da torcida da casa, que é rival dos rossoneri.
Ainda no primeiro tempo, o meia Kevin-Prince Boateng interrompeu a partida e deixou o gramado, sendo acompanhado por seus companheiros e também pelos atletas do time rival.
Na época, a imprensa italiana alegou que os torcedores do Pro Patria, equipe da quarta divisão da Itália, estavam ofendendo racialmente Boateng desde o início da partida.
Aos 25 minutos, o meia recebeu do lado esquerdo do ataque, mas parou de repente e chutou a bola na direção das arquibancadas como forma inicial do seu protesto e indignação com a situação.
Posteriormente, ele tirou a camisa e dirigiu-se para fora do gramado, acompanhado de alguns jogadores que o apoiavam.
Inicialmente, os demais atletas do Pro Patria tentaram convencer Boateng a continuar a partida, mas acabaram se juntando a ele e também abandonaram o gramado. Em sua saída, o zagueiro foi muito aplaudido pela outra parte da torcida presente.
Já os jogadores do Milan foram reunidos pelo capitão Massimo Ambrosini para abandonarem a partida.
Daniel Alves
Durante partida realizada entre Barcelona e Villareal, em 24 de abril de 2014, na Espanha, aos 30 minutos do segundo tempo, Daniel Alves viu um torcedor do time adversário jogar uma banana em campo, como forma de dizer que o atleta é um macaco.
Como reação e forma de protesto, o jogador descascou a fruta, comeu ali mesmo e partiu para a cobrança de escanteio.
A partir desse momento um movimento chamado Somos Todos Macacos ganhou as redes sociais e contou com o apoio de inúmeros jogadores, como o atacante e amigo de Daniel, Neymar Jr.
Após a partida, Daniel Alves deu entrevista coletiva e disse que tal ato está se tornando recorrente no futebol internacional.
“Incidente com a banana? Estou na Espanha há 11 anos e isso acontece desde o início. Você tem que rir desses retardados. Eu não sei quem jogou, mas tenho que agradecer, pois me deu energia para outros dois cruzamentos que acabaram em gol”, disse.
Taison
Durante o maior clássico da Ucrânia, realizado no ano passado, os brasileiros Taison e Dentinho, do Shakhtar Donetsk, foram alvo de insultos racistas vindos de torcedores do Dínamo de Kiev.
Taison, ex-atacante do Internacional reagiu de forma instantânea. Ao sofrer uma falta no segundo tempo, ele se voltou para a torcida adversária, chutou a bola e fez um gesto obsceno em sua direção.
O árbitro Mykola Balakin paralisou o jogo com a esperança de que os cânticos racistas cessassem nas arquibancadas parassem, e ao retomar a partida, expulsou Taison por sua reação às agressões.
O jogador deixou o campo chorando, e o duelo seguiu normalmente até o apito final decretar a vitória do Shakhtar.
Jadon Sancho
No dia em que Jadon Sancho marcou seu primeiro hat-trick da carreira na goleada do Borussia Dortmund sobre a lanterna Paderborn, de 6 a 1 na Bundesliga, o inglês aproveitou o momento para protestar sobre a morte de George Floyd.
O jogador tirou a camisa no momento da comemoração e mostrou, em outra que vestia por baixo, a frase “Justiça para George Floyd”.
Após a manifestação feita por ele, o juiz da partida lhe aplicou o cartão amarelo, já que o regulamento não permite manifestações políticas durante os jogos, mas apesar disso, o jogador mostrou ter personalidade e coragem e assim, marcou seu nome na luta pelos direitos autorais dos negros na Alemanha.
Marcus Thuram
No explanation needed. pic.twitter.com/5JO1CCJexU
— Gladbach (@borussia_en) May 31, 2020
Durante a comemoração do primeiro gol da vitória do Borussia Mönchengladbach sobre o Union Berlin por 4 a 1, pelo Campeonato Alemão, Marcus Thuram se ajoelhou e ficou de cabeça abaixada, em homenagem a George Floyd.
O pai do atleta, Lilian Thuram, é um importante ativista político do movimento negro. Thuram é lenda quando se fala de Juventus e Barcelona, o ex-jogador foi campeão mundial com a França em 1998 e atualmente é visto como um ícone do combate ao racismo, especialmente quando o assunto se mistura com o mundo do futebol.
Em entrevista à AFP, Marcus destacou seu interesse pela questão racial.
“É claro que, por ser um jovem jogador negro, isso (o racismo) me preocupa. É necessário lutar, e tenho muito orgulho do que meu pai fez para evoluir as coisas. Não fui vítima pessoalmente do racismo no futebol, mas somos testemunhas pelas redes sociais e quando vemos jogos na televisão”, disse.
Weston McKennie
Durante o jogo entre Schalke 04 e Werder Bremen, o meia Weston McKennie usou uma faixa em seu braço esquerdo com a inscrição "Justiça para George Floyd".
Em tese, o atleta pode ser punido por realizar protestos políticos durante uma partida Bundesliga, no entanto, para ele, nem mesmo essa possibilidade vai deixar de lado a causa pela qual se posicionou.
"Continuarei prestando homenagem a George Floyd. Se eu tenho que ser punido por falar o que penso, defender aquilo em que acredito, que seja", declarou McKennie em entrevista concedida a Forbes.
Porém, após a repercussão da possibilidade de punição, a Fifa emitiu comunicado afirmando que nenhum jogador sofrerá nenhum tipo de sanção por protestar dentro do gramado.
Posteriormente, a Federação Alemã de Futebol reforçou o compromisso da entidade em lutar contra o racismo e as discriminações.
5 itens de times internacionais que todo amante do futebol vai querer ter
1- Camisa Juventus 1985 Retrô - https://amzn.to/2JeQQgo
2- Caneca Scandinavia Real Madrid - https://amzn.to/2oh7iWs
3- Porta Tênis c/ 2 divisões Manchester City - https://amzn.to/32GlAin
4- Funko Pop! Paris Saint-Germain Kylian Mbappé - https://amzn.to/2pJkLGO
5- Bola Bolsa Esportiva Barcelona - https://amzn.to/2MGSGsQ
Vale lembrar que os preços e a quantidade disponível dos produtos condizem com os da data da publicação deste post. Além disso, o SportBuzz pode ganhar uma parcela das vendas ou outro tipo de compensação pelos links nesta página.