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Futebol / COMPLICADO

Presidente do Cruzeiro garante salários pagos nesta semana e desabafa: "Chegou num buraco que nenhum clube chegou"

Sérgio Santos Rodrigues, mandatário do Cruzeiro falou sobre a greve feita pelos jogadores por conta dos salários atrasados

Redação Publicado em 26/10/2021, às 14h01

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Jogadores do Cruzeiro reunidos durante treinamento - Bruno Haddad/Cruzeiro/Flickr
Jogadores do Cruzeiro reunidos durante treinamento - Bruno Haddad/Cruzeiro/Flickr

Quando assumiu a presidência do Cruzeiro, em maio de 2020, Sérgio Santos Rodrigues já sabia que o principal problema da equipe mineira era o financeiro, e que ele estava sendo refletido dentro de campo através dos resultados da equipe.

Na época ele até chegou a dizer: "Pagar pelo menos uma folha, que tá em aberto".

Hoje, seu desafio continua sendo o mesmo, mas levando em consideração que os jogadores cansaram de esperar que seus salários fossem depositados, e ficaram de greve dos treinos, e os funcionários ameaçaram fazer a mesma coisa.

Em entrevista exclusiva à "Globo", o mandatário da Raposa reconheceu todos os grandes problemas, indicando que o dinheiro é o principal, e que o clube chegou ao extremo.

"O Cruzeiro chegou num buraco que nenhum clube chegou", apontou.

As coisas começaram a piorar em 2019, quando a crise financeira resultou na perda da capacidade de investimento do Cruzeiro, na saída de atletas que poderiam trazer recursos ao clube, a diminuição no pessoal, e o grande aumento nas ações trabalhistas.

Claro que nessa lista de problemas cruzeirense não poderia deixar de constar o crescimento da dívida, que hoje está novamente se aproximando de R$ 1 bilhão.

Durante a entrevista, Sérgio Santos Rodrigues reconheceu que parte dos funcionários da área administrativa continuam em paralisação, mas prometeu fazer todos os pagamentos de salários em atraso ainda nesta semana.

"Hoje, praticamente, vamos chegar a um cenário que a gente equalizou praticamente (os salários dos) funcionários, Toca I, Toca II. Estamos focando em clube administrativo, agora. Os atletas, agora, em 2021, essa semana, vão ficar em dia também. Imagens estão ok já. Assim, a gente equalizou todas imagens juntos com salários que estavam ok. Aí haviam algumas competências em aberto de imagem e CLT que essa semana a gente vai finalizar", disse.

Por conta disso, o mandatário foi questionado de onde veio os recursos para a quitação dessas dívidas, mas ele preferiu não dar detalhes, apenas afirmando que vai divulgá-los.

"A gente vai divulgar. Depende do quanto se vai confirmar, do quanto a gente vai conseguir levantar, mas a prioridade é sempre deixar os salários em dia, é a prioridade número um, hoje. O Cruzeiro deve R$ 9 milhões, considerando a nossa gestão. O que ficou para trás da nossa gestão não está nesse cálculo", contou.

"Se eu estou na cadeira de presidente e assino, a responsabilidade tem que ser minha. Quando a gente chegou estava muito mais em atraso do que estava hoje", completou.

Além dos problemas financeiros conhecidos, a situação do Cruzeiro se torna ainda mais complicada porque grande parte dos recursos do clube está bloqueada por conta das ações, especialmente trabalhistas em que está envolvido.

"Já chegamos a passar 20 dias direto com bloqueio em conta. É complicado. Tivemos quase R$ 10 milhões de bloqueios de gestões anteriores a nossa, o que seria mais do que suficiente para ter os salários em dia da nossa gestão", lembrou.

As coisas poderiam melhorar se o Cruzeiro tivesse um bom desempenho dentro de campo, mas a equipe está perto de disputar pelo terceiro ano seguido a Série B do Brasileirão.

"Ah, desempenho esportivo? É gestão sua, mas se tivesse dinheiro para poder fazer, com certeza, seria feito diferente", avaliou o presidente.

Assim, ficar na Série B impacta bastante nas contas. Além de patrocínios de menor valor, assim como a pequena exposição, o Cruzeiro deixa de ganhar milhões em direitos de TV, segundo Sérgio Rodrigues.

"Só de pegar o direito de TV, tem um prejuízo de pelo menos R$ 50 milhões", contou.