O clube poderá perder pontos no Brasileirão e corre riscos até de rebaixamento caso não pague a dívida
Damaris Andrade Publicado em 27/04/2020, às 14h30
A situação financeira do Atlético-MG não é nada fácil. Além da crise causada pela pandemia de Coronavírus, que paralisou todos os campeonatos ao redor do mundo, o clube tem até esta terça-feira, 28, para pagar a dívida à Udinese pela contratação de Maicosuel.
O Atlético-MG foi condenado na última instância da FIFA para pagar 1,8 milhões de euros, cerca de 10 milhões de reais, ao clube italiano. E mesmo reduzindo 25% dos salários por causa da pandemia, o Galo está com os pagamentos atrasados.
Em entrevista ao Blog do Perrone, Sérgio Sette Câmara expôs a situação em que o clube se encontra.
“Estou aqui hoje, um sábado, quase cinco horas da tarde, e eu não tenho perspectiva de fazer o pagamento na segunda-feira (27). Se eu não fizer, o Atlético vai tomar três pontos na cabeça. Não sei te dizer direito quais os desdobramentos, mas tenho a impressão de que (além de tirarem três pontos) eles fixam um novo prazo, uma nova penalidade esportiva, que não sei dizer qual é, se é outra perda de pontos ou já é rebaixamento”, disse Sette Câmara.
“É desesperador porque me pegou no pior momento, no meio do coronavírus, não tem receita, não tem futebol, não tem Globo, não tem venda, não tem mercado para vender jogador, não tem nada. E o euro acima de R$ 6. Ainda tem uma crise política no Brasil. Aqui é tudo pior”, continuou.
Com o aumento do euro, a dívida chegou ao valor de R$13 milhões, e Sette Câmara afirmou que só há R$9 milhões reservados para quitar a dívida, e que não há recursos suficientes para completar o valor.
“Agora quem é o culpado, sou eu? 'Ah, você não fez uma reserva'. Pelo amor de Deus, eu já paguei R$ 60 milhões de dívidas referentes a contratações que eu não fiz. Estou pagando Ronaldinho Gaúcho na Justiça do Trabalho. E no segundo semestre ainda vem o Douglas Santos”, afirmou o presidente do Atlético-MG.
Vale lembrar que o lateral-esquerdo Douglas Santos também está em processo contra o Atlético-MG, e o valor da dívida é de 1,2 milhões de euros. Sérgio Sette Câmara chegou a pedir à FIFA um prazo maior para pagar as dívidas, mas a organização não atendeu o pedido do clube.
“A Fifa foi muito insensível. Num tempo de coronavírus em que você tem contratos de trabalho sendo suspensos, contratos bancários sendo suspensos ou prorrogados, Imposto de Renda (com prazo de declaração prorrogado), o próprio FMI deu uma prorrogação para os países que devem. Acho que assim, é mundial esse sentimento de que é preciso prorrogar, negociar ou parcelar dívidas”, lamentou Sette Câmara.
“A Fifa não aceitou nossa proposta de parcelamento. Falei com todas as pessoas que você possa imaginar. Não deixamos de pagar nenhuma dívida que estourou aqui. Como não aceitaram o parcelamento? Nossa proposta era para parcelar em oito ou nove vezes, eram parcelas de 200 mil euros. A Fifa pode dizer: 'mas a dívida é de 2015'. Aí tenho que enfiar a viola no saco”, continuou.
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