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Futebol / CHAMPIONS LEAGUE!

Opinião: A Champions League pode mudar a temporada do Barcelona?

O Barça vive um ano atípico e tem demonstrado uma queda de rendimento drástica em relação aos últimos anos

Lucas Miluzzi Publicado em 14/08/2020, às 07h00

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Messi em ação com a camisa do Barcelona - GettyImages
Messi em ação com a camisa do Barcelona - GettyImages

O Barcelona entra em campo nesta sexta-feira, 14, para tentar salvar sua temporada e esconder uma série de erros que cometeu nos últimos anos. Os catalães vão enfrentar o Bayern de Munique, atuais campeões da Bundesliga e da Copa da Alemanha, e chegam como improváveis  semifinalistas da Champions League

Uma vitória diante dos bávaros e um futuro título da Liga dos Campeões, pode acabar salvando a pele de Quique Setién, Griezmann e também da diretoria do Barça. A última, por sinal, vem sofrendo uma série de críticas por sua maneira de lidar com a formação da equipe, estilo de jogo e também contratações de jogadores. 

Liderado por Josep Maria Bartomeu, o Barcelona conseguiu títulos importantes como a manutenção do Campeonato Espanhol, o amplo domínio em território nacional e conquista da Champions na temporada 2014-15. Os resultados encobrem uma série de erros, que ele e seus companheiros de diretoria cometeram. 

O cartola acabou deixando a essência do Barça para trás e, nas últimas temporadas, não investiu nas categorias de base para fazer uma série de contratações caras. Como se não bastasse fazê-las, diversas não deram certo e muitas acabaram não dando nem retorno financeiro ao clube. 

Voltando no tempo, em dados levantados pelo SportBuzz, os catalães investiram pesado em nomes que não deram certo no clube. Por exemplo: Arda Turan, André Gomes, Paco Alcácer, Ousmane Dembélé, Malcom, Philippe Coutinho e Antoine Griezmann custaram aos cofres do Barcelona cerca de 2.138,7 bilhões de reais. 

Muito dessa quantia excessiva, se deve pela busca frenética por um substituto para Neymar, que deixou a equipe no ano de 2017. Jogadores de extrema importância e relevância no cenário mundial foram contratados, porém não vingaram no clube. 

Claro que a culpa de tudo isso não está apenas na diretoria, mas também dentro de campo. As chegadas de alguns treinadores como Ernestro Valverde acabaram descolando as características de um time que jogava de maneira vistosa, para uma equipe focada no resultado. 

O técnico conseguiu ser vitorioso no Barcelona, venceu títulos importantes como o Campeonato Espanhol e a Copa do Rei, mas não chegou perto de ser campeão da Champions League. Aliado a tudo isso, seu time já não gostava mais de ficar com a bola e permitia aos adversários mais fracos chances de vitória. 

Um grande exemplo disso foi nas últimas duas temporadas, quando o Barça conseguiu duas vantagens importantes sobre Roma e Liverpool e acabou sofrendo viradas históricas. Nem Messi aguentava mais essa sequência de frustrações nas fases decisivas da Liga dos Campeões. 

Toda essa frustração dos anos anteriores acabou se refletindo nesta jornada europeia. O Barcelona, que fez uma de suas piores temporadas da última década, acabou trocando de treinador, vendo seu principal jogador pensar em deixar o clube e perdendo o Campeonato Espanhol para o seu maior rival, o Real Madrid. 

Surgiu então uma luz no fim do túnel para o torcedor catalão. A equipe seguiu viva na Champions League e com grande chance de se classificar para as quartas de final. Isso se concretizou com certa facilidade, após o Barça vencer o Napoli, por 3 a 1, no Camp Nou. 

A vitória  sobre os italianos deu um respiro extra para Quique Setién e seus jogadores. No entanto, o adversário da vez é o Bayern de Munique e o Barcelona terá de se superar, mesmo tendo o melhor jogador do mundo, para vencer os alemães. 

Os catalões até podem se classificar e vencer a Champions League, mas a essência da conquista não vai ser mais a mesma de anos atrás. Pelo contrário, a vitória vai acobertar diversos erros de gestão e também esconderá, de vez, o princípio básico do futebol barcelonista.


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