Mesmo tendo conquistado dez títulos pelo clube, treinador foi alvo de protestos nos últimos dias
Izabella Macedo Publicado em 24/07/2020, às 19h10
Jorge Jesus voltou para o Benfica e ao contrário do que esperava, o treinador acabou sendo alvo de protestos por parte da torcida Benfiquense mesmo já tendo conquistado dez títulos pelo clube.
Algumas críticas vieram, inclusive, através de opositores do presidente Luís Felipe Vieira e segundo o site ESPN, isso aconteceu por motivos que vão além da polêmica troca da Luz por Alvalade em 2015, seu passado no Sporting e até mesmo a carreira do seu pai.
A publicação começa destacando que quando Jorge Jesus nasceu, em 24 de julho de 1954, o pai dele, Virgolino de Jesus, já estava afastado dos gramados, mesmo que ainda fosse reconhecido por ter defendido o Sporting durante os anos 40.
Por ter atuado na fase amadora, o nome de Virgolino não é encontrado em muito registros do clube, mas ainda assim é muito lembrado pela torcida apaixonada. Alguns apontam 10 jogos e um gol e um título nacional.
Torcedor roxo do Sporting, Virgolino passou para seu filho esse sentimento e esperou o garoto completar 13 anos, em 1967, para registrá-lo como sócio e cultivar ainda mais a paixão pelo clube.
Jesus também seguiu os passos no futebol, treinando para virar jogador profissional, mas sem ter grande destaque como atleta, ele virou técnico muitas décadas depois e teve uma grande ascensão.
Seu momento mais marcante foi no Benfica, onde foi colocado a prova após passagens por equipes como Estrela, Vitória, Belenenses e Braga.
Por lá, Jesus conquistou dez títulos, além de fazer o Benfica voltar as finais de torneios europeus, com dois vices da Liga Europa. Porém, tudo foi por água a baixo ao aceitar ir treinar o Sporting em junho de 2015.
Ao saber que ele já estava praticamente acordado com o rival, o presidente Luís Filipe Vieira, que ainda está no comando nos dias de hoje, proibiu que o treinador voltasse ao Benfica e colocasse os pés no estádio ou no centro de treinamento.
Privou o treinador, até mesmo, de se despedir dos funcionários e dos jogadores.
Além disso, o dirigente ainda entrou com uma ação na Justiça cobrando uma indenização por ele ter assinado um novo contrato sem ter encerrado o vínculo corrente e pedia 14 milhões de euros.
Em três temporadas no Alvalade, ele foi vice-campeão da Liga, seu melhor resultado na competição, e venceu a Taça da Liga e a Supercopa de Portugal e já ali, teve que enfrentar protestos dos torcedores Alviverdes e encarnados.
Sempre teve que responder porque aceitou jogar fora tudo que conquistou no Benfica para trabalhar em um rival e a resposta sempre foi Virgolino de Jesus, o pai e ídolo do treinador.
"O meu pai foi um antigo jogador do Sporting e, nos últimos dias de vida, me pediu se eu podia treinar o Sporting. E foi isso. Mas ele nunca viu, ele morreu. Eu só senti a gravidade do que eu tinha feito, de trocar o Benfica pelo rival, quando eu via crianças na rua, chorando, que me perguntavam: 'Por que você fez isso?'. Eu fiz isso porque foi um pedido do meu pai", disse Jesus, durante sua participação no Jogo Sagrado, do Fox Sports, no início desta temporada.
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Jorge Jesus 
