Grupo que estava reunido na capital Kiev consegue deixar a Ucrânia após invasão da Rússia; jogadores viajaram de ônibus e trem
Abrigados em um hotel em Kiev, capital da Ucrânia, os jogadores brasileiros conseguiram deixar o país neste domingo, 26. O grupo de atletas do Shakhtar Donetsk e do Dínamo, além de seus familiares, fez uma viagem de trem até Chernivtsi para pegar um ônibus até a Moldávia. Alguns seguiram para a Romênia, mas todos voltarão para o Brasil.
Brasileiro naturalizado ucraniano, o atacante Junior Moraes, do Shakhtar, comemorou a saída da Ucrânia. Ele corria o risco de ser convocado para a guerra. “Estamos livres! Antes de qualquer coisa eu quero agradecer todos vocês por todo apoio e comoção! Sintam-se importantes porque vocês realmente foram!”, escreveu nas redes sociais.
Os jogadores brasileiros que estavam alojados em um bunker improvisado em Kiev, na Ucrânia, conforme proposto pelo Itamaraty. Eles saíram em um comboio de carros próprios para a estação. Toda a escolta até o trem foi feita pela Uefa em conjunto com a Federação Ucraniana de Futebol. As duas entidades também serão responsáveis pelo retorno dos atletas ao Brasil.
Na última sexta-feira, o grupo não havia viajado por falta de segurança para chegar na estação. No entanto, diante das dificuldades enfrentadas no hotel, como falta de comida, os brasileiros decidiram deixar o bunker. Eles estavam no local desde a madrugada da última quinta-feira, 24, quando a Rússia invadiu a Ucrânia.
Nem todos os jogadores brasileiros conseguiram deixar o país. Pelas redes sociais, Layla Gabrielly, esposa do atacante Pedrinho, rebateu as acusações de que o grupo teria abandonado outros brasileiros. No último sábado, jogador de futsal Jonatan Bruno Santiago, de 30 anos, afirmou que foi esquecido no hotel.
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“Ficávamos sempre todos juntos, e o tempo inteiro vendo as possibilidades do que poderia ser feito. Tudo foi tão rápido que nem paramos para contar quantas pessoas tinham. Não tinha motivo nenhum para deixarmos ninguém para trás! Tinha espaço no trem, tinha vaga nos carros. Uma correria, crianças de colo, malas. Infelizmente, no tumulto e desespero de sairmos o quanto antes, não paramos para contar o número de pessoas. Nunca, jamais, iríamos deixar alguém para trás. Não tem motivo nenhum”, escreveu.