Clubes alegam que com as mudanças provocadas pelo novo coronavírus, não conseguiram se organizar a tempo
A pandemia provocada pelo novo coronavírus está deixando os clubes brasileiros de cabelo em pé. Problemas para acertar o salário dos jogadores e até mesmo esquecer de pagar a conta de luz já são alguns dos pontos que os clubes estão tendo que lidar nessa nova fase.
De acordo com o site UOL, Corinthians, Atlético-MG e Cruzeiro não apresentaram o balanço financeiro do ano passado e podem sofrer punições quanto a isso, já que a demonstração de contas deveria ser apresentada até o dia 30 de abril, mas os três clubes não cumpriram com o prazo determinado por lei.
A publicação afirma que os dirigentes dos clubes alegaram que por conta de alguns problemas relacionados ao cenário de coronavírus no Brasil, não conseguiram publicar o balanço a tempo.
Agora, o clube paulista e os mineiros esperam que a Medida Provisória 931 do Governo Federal, que estendeu o prazo para empresas, os respalde.
No entanto, esses clubes não são empresas, mas sim entidades sem fins lucrativos, o que vem causando um grande debate. Existem especialistas que acreditam que os dirigentes podem sofres punições e até acreditam que os clubes poderiam ser retirados do ProFut.
Em entrevista ao site UOL, o advogado Louis Dolabela comentou sobre os casos envolvendo os três gigantes brasileiros.
"De acordo com o artigo 46 A da Lei Pelé, o prazo para que as entidades da gestão do esporte e os clubes profissionais divulguem seus balanços em site eletrônico próprio e da respectiva entidade de administração é 30 de abril", disse antes de completar.
"Caso não entregue neste prazo, a legislação permite que os dirigentes destes clubes sofram algumas sanções, como a inelegibilidade, por cinco anos, para cargos ou funções eletivas ou de livre nomeação em qualquer entidade ou empresa direta ou indiretamente vinculada às competições profissionais da respectiva modalidade desportiva", concluiu.
O especialista ainda afirmou que o pontinho de luz que os times estão esperando com a medida provisória não se aplica aos clubes, mas acredita em uma possível flexibilização.
"Ressalta-se que a aprovação das contas, está inviabilizada na maioria dos clubes porque grande parte dos conselheiros estão em idade avançada e são do grupo de risco. Desta forma, poucos clubes convocaram assembleia", concluiu.
Já para o advogado Luciano Motta, existe uma diferença e ele vê espaço para punição, mesmo achando pouco provável.
"Haveria a possibilidade jurídica de sofrer alguma sanção decorrente da Lei Pelé, e consequentemente, até prejudicar os clubes no ProFut. Entretanto, pela verdadeira exceção em que nos encontramos, acredito que isso não ocorra e nem deveria ocorrer", ponderou.
A publicação ainda destaca que o Corinthians já enviou seu balanço financeiro para o Conselho Deliberativo e no momento está aguardando apenas a aprovação. Já os clubes mineiros sequer deram esse primeiro passo para apresentar as contas de 2019.
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