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Futebol / COMPLICADO

Fellipe Bastos relembra atrito com Sá Pinto e aponta grande responsável pela queda do Vasco: "Não é Disney"

Volante disse que Campello garantiu que ele seria reintegrado após discussão com português

Redação Publicado em 23/03/2021, às 08h08

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Fellipe Bastos, ex-jogador do Vasco - GettyImages
Fellipe Bastos, ex-jogador do Vasco - GettyImages

Fellipe Bastosnão teve seu contrato renovado com o Vasco em dezembro de 2020 mesmo sendo o vice-artilheiro do clube na última temporada ao lado de Ribamar, com quatro gols marcados até aqui.

No entanto, uma discussão com o treinador Ricardo Sá Pinto, que acabou demitido no mesmo mês, motivou o término da quarta passagem do volante por São Januário.

Em entrevista ao site "Globo Esporte", o jogador relembrou o atrito com o português, acusou a diretoria comanda pelo ex-presidente AlexandreCampello de não cumprir com o que lhe prometeu e elencou pontos centrais que, em sua opinião, levaram o clube ao quarto rebaixamento de sua história no Brasileirão.

Na visão de Fellipe Bastos, o erro crucial do comando do futebol vascaíno foi a demissão de RamonMenezes, no início de outubro.

O jogador disse acreditar também que a queda aconteceu pela não absorção das ideias de Pinto e em função das contratações de jogadores sem identificação com o clube, para quem revelou ter falado à época: "O Vasco não é Disneylândia".

A saída do atleta começou a se desenhar em 3 de dezembro, quando foi impedido pela Conmebol de participar da derrota por 1 a 0 para o Defensa y Justicia, que eliminou o Vasco nas oitavas de final da Copa Sul-Americana porque ele tinha sido diagnosticado com coronavírus dias antes.

O jogador foi barrado por seguranças da Conmebol em São Januário, local que considera sua casa e incomodado como o processo foi conduzido, teve que ir até a sala de Pinto no dia seguinte para ouvir explicações e cobranças do português.

O tom subiu, e a coisa complicou.

"No outro dia, ele me chama na sala dele para conversar comigo. Ele disse: 'Você sabe que pode ficar fora de qualquer jogo que eu escolher'. Falei: 'Claro, o senhor é o treinador e escolhe. Com certeza é alguma coisa que a gente tem que acatar'. Aí ele começou a se exaltar e a falar alto: 'Você tem que me respeitar como treinador'. Eu falei: 'Te respeito como treinador, mas você não precisa falar alto. Só estamos eu e você na sala, estamos conversando'. Ele: 'Mas você tem que acreditar na minha palavra'. Falei: 'Não sei se foi você, se foi o supervisor, se foi o diretor, mas eu acho muito estranho o que aconteceu. Eu estava liberado para jogar na Argentina e sete dias depois no Brasil eu não estava. Mas cabe a mim aceitar ou não'", recordou.

Já conhecido pelo temperamento explosivo, Pinto começou a gesticular e apontou o dedo a Fellipe, segundo relato do volante. Esse, inclusive, foi o final da conversa, já que, no entendimento do jogador, o treinador passara do ponto ali.

"Aí ele ficou possesso, começou a falar alto, gritar... Quando ele botou o dedo na minha cara, eu falei: 'Cara, eu te respeito como treinador, mas você não é meu pai para ficar falando assim comigo. Então fala baixo, e a gente conversa normal'. Ele falou mais alto, a gente se exaltou, e um falou alto com o outro. Aí eu saí da sala, e ele falou: 'Vai treinar afastado'", disse.

Terminada a discussão, o atacante contou que procurou o então diretor executivo de futebol, André Mazzuco. Ele disse que, após conversas com Mazzuco e o ex-presidente Campello, sentiu-se tranquilo de que seguiria em São Januário.

A expectativa, porém, não se confirmou tanto que, ao lembrar do episódio, afirmou que algumas pessoas lhe mentiram o tempo todo.

"Eu falei: 'Tudo bem'. Respeitei, saí da sala, troquei a roupa, conversei, contei a história toda para o Mazzuco, não falei que fiz menos ou mais. Falei para o Mazzuco: 'Respeito muito a minha história dentro do clube, respeito muito o Vasco, respeito a situação do Vasco, mas eu não vou passar por isso. Eu não fiz nada e não vou treinar separado porque eu respeito a situação do clube'. O Mazzuco disse: 'Tudo bem, vai para casa, a gente vai conversar e tal'. Nisso, o presidente me ligou e falou: 'Pode ficar tranquilo, a gente vai conversar com ele, você tem minha palavra que vai ser reintegrado e vai voltar'. E eu estou aí em casa há quatro meses (risos). É, eu estou em casa", afirmou o jogador.