"Se eu ver que não tenho chances de fazer o gol, vou deixar outro bater. Não tenho esse egoísmo", finalizou.
Ídolo Alviverde ainda contou o caminho percorrido até mudar de ideia
Izabella Macedo Publicado em 06/06/2020, às 12h48
Neste sábado, 6, o ídolo do Palmeiras, Dudu é o convidado do programa dos canais ESPN, Bola da Vez.
O craque abriu o jogo e em um de seus momentos mais reveladores em entrevistas, Dudu contou o motivo pelo qual inicialmente não batia pênaltis pelo Alviverde.
"Vou voltar lá em 2015. Quando eu cheguei no Palmeiras a gente entrou em um acordo que eu era o batedor de pênaltis do time. Fiz alguns, errei alguns. Com o Roger (2018), começou do mesmo jeito: fiz alguns, errei alguns. Daí todo mundo começou a falar que eu não tinha que bater pênalti. Virei para o treinador na época e disse: ‘Roger, não preciso bater pênalti. Não é porque sou um dos principais jogadores do time que tenho que bater. Se todo mundo quer que eu não bata, eu não bato'", disse.
"E também quando eu coloco uma coisa na minha cabeça, acabou. Não tem que vai fazer eu bater. Falei que não ia bater e não bati. Podia ser no tempo normal, na decisão por pênaltis... Eu não ia bater! E foi o que aconteceu. Estava todo mundo falando que o Dudu não tinha que bater. E depois todo mundo ficava cobrando de mim na hora das decisões por pênalti. Mas eu já tinha colocado na minha cabeça que não ia bater. Poderia chegar o Papa, eu não ia bater", completou.
Sendo o principal jogador palmeirense dos últimos anos, Dudu sempre enfrentou essa cobrança da imprensa e da torcida com relação a cobrança dos pênaltis.
Em certo momento, no entanto, ele realmente parou de bater, fato que chamou a atenção principalmente quando o time tinha que decidir alguma classificação nas cobranças.
Dudu bateu três pênaltis em 2015, com apenas um acerto. Em 2018, cobrou mais cinco. Até acertou os três primeiros, mas errou os dois últimos. Em 2019, só cobrou um pênalti, que foi convertido.
Apesar dos números positivos, o que mais chamava atenção era quando ele não batia. Por exemplo, Dudu não cobrou em decisões diante do São Paulo na semifinal do Campeonato Paulista do ano passado.
Pela partida contra o Internacional nas oitavas de final da Copa do Brasil, novamente o nome do jogador estava fora da lista de batedores.
Hoje em dia, a situação parece ter mudado. Nos poucos jogos que fez em 2020, Dudu já bateu dois pênaltis. Um ele errou contra o Guarani e outro acertou contra o Red Bull Bragantino.
"Agora chegou o Luxemburgo esse ano e falou que eu queria que eu fizesse mais gol, que precisava de mim motivado e que queria que eu batesse pênalti. E é o que está acontecendo. Sou hoje o batedor de pênalti oficial do time. Mesmo que eu errar, vai ser eu. A gente precisa dessa confiança do treinador e da torcida. Não é porque errou um ou dois pênaltis que não tem que bater mais", explicou.
Mantendo seu pensamento, Dudu sabe que se as coisas não derem certo, ele vai querer forçar para continuar sendo o cobrador oficial.
"Se eu ver que não tenho chances de fazer o gol, vou deixar outro bater. Não tenho esse egoísmo", finalizou.
