Clube segue enfrentando dificuldades para lidar com a crise financeira causada pela pandemia de coronavírus
Pedro Ungheria Publicado em 03/07/2020, às 08h35
A paralisação do calendário esportivo por conta da pandemia de coronavírus segue dando o que falar em certos clubes. Por mais que alguns estejam conseguindo lidar com o forte baque causado pela crise decorrente da situação, outros acabaram tendo que tomar medidas drásticas para que não tivessem problemas mais graves no futuro.
O Corinthians, por exemplo, optou por colocar em prática a redução salarial, onde os funcionários abriram mão de metade de seu lucro mensal e os jogadores um quarto do valor final. Assim, algumas coisas começaram a acontecer dentro do planejado.
De acordo com o atual diretor financeiro do clube, Matias Ávila, a situação, de imediato, foi questionada por boa parte dos profissionais, mas, ao terem o entendimento da situação, grande parte priorizou pela amizade e o respeito com os atuais dirigentes, tanto o mandatário Andrés Sanchez, quanto o diretor de futebol Duilio Monteiro.
Em entrevista ao GloboEsporte.com o dirigente foi mais categórico ao explicar como as coisas tendem a acontecer daqui para a frente.
“Temos notícias de clubes que estenderam até o fim do ano (a redução salarial). Isso ainda não está negociado. Assim que retomarmos a capacidade de pagamento, vamos retomar a conversa com os jogadores. Nós, por enquanto, só negociamos a redução. Muitos questionam, mas o corte dos funcionários foi de 50% e dos jogadores só de 25% por uma questão de legislação, é o que a lei permite. Os jogadores foram parceiros, têm sido muito parceiros com Duílio, eu e Andrés”, disse ele.
Buscando contornar a crise econômica, Matias conta com algumas estratégias para quitar os valores de salário que estão em aberto. Ao que tudo indica, o clube está prestes a entrar no terceiro mês de salários atrasados, porém, a chegada de valores da venda de Pedrinho podem auxiliar em algumas quitações.
“Assim que retomarmos o futebol, vamos voltar a conversar com eles. Já voltamos a treinar, mas a redução prevista é essa. Estamos, sim, com dois meses atrasados. Mas as outras coisas do clube estão em dia, seguro saúde... Tivemos 60% de redução de receita. Isso fez com que a gente não conseguisse cumprir alguns compromissos”, enfatizou.
Por fim, Ávlia disse que o Corinthians, por ser um clube que vai além do futebol, permite que algumas coisas possam ser realocadas. Por mais que não seja de total interesse da diretoria tomar algumas atitudes, neste momento diversas medidas são consideradas cabíveis, como por exemplo o corte e reduções nas áreas que não terão competições nos próximos meses.
“Onde não houver competições, vamos reduzir o corpo de profissionais. Nada de funcionários ligados ao associado. Então, treinamentos de filhos de associados, base, tudo vai continuar. No futebol feminino e na base, fizemos um planejamento de que naquilo que não tiver competição, faremos uma redução, sim. Não tem competição. São funcionários nessas categorias”, finalizou.
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