Jogador não poupou palavras para falar sobre o momento que o Tricolor vive na temporada
Lucas Miluzzi Publicado em 04/08/2020, às 13h29 - Atualizado às 14h22
Nesta terça-feira, 4, Daniel Alves concedeu uma entrevista coletiva virtual que gerou grande polêmica. Sem citar nomes, o craque mandou um recado para algumas pessoas que trabalham nos bastidores do São Paulo e alfinetou o marketing da equipe do Morumbi.
Uma das declarações que mais chamou atenção, foi em relação ao modelo político que o Tricolor adota para resolver suas questões internas. Um dos membros do setor mais criticado pelo camisa 10, foram os conselheiros. Para ele, os jogadores acabam sendo os mais expostos.
“Tudo tem que passar pelo Conselho. No futebol, muita gente passa pela tomada de decisão, levadas a Conselho e começa a expor algumas coisas. Isso começa a gerar uma certa dificuldade. O São Paulo não é apenas os jogadores que estão sempre expostos, é um todo”, disse.
Ele ainda completou: “Se esse todo não estiver conectado, não vai fluir. Nós precisamos controlar a nossa área, nosso trabalho, dia a dia e nosso suor. Se conseguirmos isso, até os ruins nos clubes vão passar a ser bons. No São Paulo, a sensação é de que nem todo mundo quer a mesma coisa, então vai expor quem está à frente: treinador, presidente, diretor esportivo, jogador, eu, que vim com expectativa alta. Sempre nós ficamos expostos, mas temos liberdade de convencer todo um clube que esse é o caminho geral, de todos lutarem pela mesma coisa”.
Daniel Alves seguiu criticando aos órgãos internos do São Paulo e, especialmente o departamento de marketing do clube. O motivo da crítica ao setor de projetos do Tricolor, se deu após ele ser questionado em relação as parcerias prometidas para o pagamento de seu salário.
“Muito difícil falar de algo que foge das minhas mãos. Não controlo o marketing do São Paulo. Se controlasse, algumas tomadas de decisões seriam diferentes, porque tenho outra ideia de como eu faria, no meu caso e num clube desse tamanho”, afirmou.
Sem citar nomes ele continuou: “Mas é aquilo: tem de controlar o que está nas suas mãos, e isso foge. Minha intenção é melhorar o São Paulo, mas alçar a voz do futebol brasileiro. Meu compromisso com futebol é maior do que ser um jogador. Ninguém faz nada com as mãos atadas. O clube por estar em evidência, crescimento e evolução, as pessoas à frente precisam ter poder de decisão”.
Por fim, o craque ainda fez questão de ressaltar a ideia de que não é possível realizar um bom trabalho com "caos" ao redor.
"O tentar gerar caos afeta o trabalho. Parece que praticamos um esporte sem profissionalismo. Algumas coisas não tem sentido. Há uma semana eu era destaque e o time bem. E um resultado mudou tudo. Mas mudou pra fora. Na vida você sofre algumas situações, e o São Paulo sofre há alguns anos. Não é responsabilidade nossa, e sim o momento atual. Mas não conto pra trás, conto quando cheguei e objetivos que vamos lograr”, concluiu.
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Daniel Alves 
