Em conversa exclusiva com o SportBuzz, o craque do Beroe, da Bulgária, revelou os sonhos que estão em aberto
Pedro Ungheria Publicado em 15/09/2020, às 13h00
Nascido no Rio de Janeiro, Octávio Merlo passou por todas as dificuldades que os jovens que buscam dar uma vida melhor aos familiares, através do esporte, passam.
“A dificuldade era treinar em Niterói. Minha família não tinha uma boa condição financeira. Eu acordava todos os dias às 5h da manhã, pegava duas conduções e chegava no Caio Martins por volta das 9h”, relembrou ele em entrevista exclusiva ao SportBuzz.
O meio-campista também recordou detalhes do processo de construção de sua carreira, do começo complicado até chegar na Europa e despontar em grandes clubes, tanto no Brasil, quanto no Velho Continente.
Aprovado em uma peneira no Botafogo, em meados de 2009, o craque considera que tenha chegado um pouco tarde nas categorias de base, afinal, em seu ponto de vista, os jovens que lá estavam desde os 13 anos, tinham uma vivência maior, diferente dele, que já começou com 16.
Depois de passar alguns anos nas bases do time de General Severiano, Octávio atingiu o êxito de ser relacionado entre os atletas do alto escalão. Em 2013, já estava entre os profissionais. Após um ano no clube, o jogador teve sua primeira experiência na Europa, quando foi emprestado para a Fiorentina!
“Em 2014, eu fui para a Fiorentina. Minha primeira vez na Europa. Fui muito novo. Quando cheguei, entrei no vestiário e ví todos os jogadores, que normalmente eu jogava no videogame, fiquei meio assustado no início, mas depois foi de boa. Eles são gente boa! Essa experiência me agregou muito taticamente falando, já que o campeonato italiano é muito tático e me ajudou demais neste sentido de táticas, defesa e fechamentos das linhas. Agregou mais neste sentido”, contou Octávio.
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Depois de um ano na Itália, o meio-campista voltou para o Brasil. Por aqui, passou pelo Tupi e Volta Redonda, por empréstimo. Em seguida, voltou para a Europa.
“No Brasil, eu acho que o jogo é mais no improviso. Tem mais improvisação dos jogadores, eles são mais ofensivos, acredito. Na Itália é mais tático, o jogo é mais pensado, eles usam muito do toque de bola. Diferente deles, o búlgaro é mais físico, disputa de território. Disputar os três me tornou um profissional mais completo”, enfatizou ele sobre as diferenças do futebol internacional em comparação com o do Brasil.
Seu regresso para o Velho Continente ficou marcado para a ida para a Bélgica, onde ficou por uma temporada, e então foi para a Bulgária, onde está até hoje vestindo a camisa do Beroe.
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Vivendo um grande momento, Octávio, que nunca deixou de sonhar, deixou claro que ainda espera alcançar cenários expressivos dentro do futebol europeu.
“O jogador que para de sonhar jogando, ele tem que mudar de profissão! Sonho em jogar em grandes times da Europa e fortes ligas”, pontuou.
Octávio ainda afirmou que sonha em retornar ao seu país natal um dia: “Espero voltar ao Brasil um dia! Jogar de novo uma primeira divisão do Brasileirão, confesso que eu sonho com isso”.
Por fim, o jogador falou sobre como foi a pandemia de coronavírus na Bulgária.
"Aqui na Bulgária, nós paramos durante dois meses. Como não é um país muito turístico, comparado com os demais, aconteceu que não teve muitos casos, então a situação foi controlada rapidamente. Todos os clubes liberaram os jogadores. Não fomos liberados para sair da Bulgária, devido ao retorno que teria que ficar com duas semanas de quarentena. Eles prestaram todos os serviços necessários, tanto no período de isolamento, quanto quando voltamos a treinar. Agora já voltou o campeonato, aos poucos tudo caminha para a normalidade", contou ele.
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