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Futebol / TEM QUE RESPEITAR!

Conheça Sissi, o maior nome do futebol feminino brasileiro antes de Marta

Mesmo com uma história de muita luta, superação e conquistas, a jogadora não teve o reconhecimento que merecia em seu próprio país

Lucas Cesare Publicado em 04/03/2021, às 19h29

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Sissi atuando pela seleção brasileira - Getty Images
Sissi atuando pela seleção brasileira - Getty Images

Sisleide do Amor Lima, mais conhecida como Sissi, foi uma jogadora de futebol profissional, que atuava como meia-atacante, nascida em 2 de junho de 1967, em Esplanada, Bahia. Fez parte do grupo de pioneiras da modalidade no país e para muitos, foi a maior jogadora brasileira antes de Marta.

Sissi começou a jogar futebol em uma época em que a prática do esporte era proibida para as mulheres. Entre os anos de 1941 e 1979, o futebol feminino era proibido por lei.

“Peguei minha boneca e arranquei a cabeça. Foi assim que comecei a dar meus primeiros pontapés. Porque futebol feminino era proibido. Foram vários sacrifícios. Mas sempre fui persistente”, lembrou a ex-jogadora em entrevista para o Globo Esporte em 2019.

Ela, assim como as outras jogadoras de sua época, fora muito importante para ajudar a romper essa barreira e fazer com que o futebol feminino passasse a ser aceito por todos.

Times onde jogou

Iniciou no futebol profissional atuando pelo Flamengo de Feira de Santana, depois passou por grandes clubes do país como Bahia, Corinthians, São Paulo e Vasco da Gama, até mudar para os Estados Unidos, onde jogou por oito anos, atuando pelo San Jose CyberRays e pelo California Storm, clube em que se aposentou.

Sissi quando jogava pelo San Jose CyberRays (Crédito: GettyImages)

Torneio Experimental da FIFA de 1988

Obteve destaque maior ainda jogando pela seleção brasileira. Com apenas 21 anos, fez parte do primeiro time feminino do Brasil, na disputa do Torneio Experimental da FIFA de 1988, uma competição que seria uma introdução para a Copa do Mundo de Futebol Feminino, posteriormente. No torneio, a caçula daquele time marcou um belo gol de falta contra a Noruega e começou a escrever sua história com a amarelinha.

Sul-Americano e Copa do Mundo de 1995

Sissi não esteve presente na primeira Copa do Mundo, em 1991, por conta de uma lesão. A jogadora voltou a competir pelo Brasil em 1995 no torneio Sul-Americano disputado em Uberlândia (MG), onde a seleção foi campeã com 100% de aproveitamento, marcando incríveis 44 gols em 5 partidas disputadas. Ainda no mesmo ano, a meia disputou sua primeira Copa do Mundo, na Suécia, porém, naquela ocasião a seleção canarinho caiu em um grupo difícil, que contava com Alemanha, Japão e as donas da casa, suecas e as brasileiras acabaram eliminadas na primeira fase.

Olimpíadas de 1996 e 2000

No ano seguinte, a jogadora esteve presente na primeira Olimpíada do futebol feminino, em Atlanta, Canadá. O Brasil não ganhou nenhuma medalha naquela ocasião, mas mesmo assim obteve um bom desempenho ficando na 4ª posição. Em 2000, nos jogos de Sidney, o fato se repetiu e a seleção terminou novamente em 4ª.

Copa do Mundo de 1999

Depois, em 1999, a baiana viveu seu grande momento com a camisa da seleção na disputa de sua segunda Copa do Mundo, dessa vez sediada nos Estados Unidos. Diferentemente do torneio anterior, a seleção canarinho foi longe, conseguindo medalha de bronze e com Sissi sendo destaque na competição, a brasileira foi a artilheira com 7 gols, ao lado da chinesa Sun Wen, e foi eleita a melhor jogadora do Mundial. Além disso, nas quartas de final, contra a Nigéria, ela marcou o ''gol de ouro'', de falta, em um dos lances mais bonitos da história da competição.

“Até vestir roupa do masculino a gente vestiu. Não tínhamos uniforme. Mas se faria tudo de novo? Faria. A gente lutou bastante. Hoje, essa geração tem mais por causa da nossa luta. Mas não foi fácil ouvir tanto comentário a meu respeito. Só que nada disso me fez desistir”, disse Sissi.

Em 2017, oito anos após se aposentar dos gramados, Sissi recebeu reconhecimento internacional ao ser eleita a 5ª maior jogadora do século XX pela Federação Internacional de História e Estatística do Futebol (IFFHS). Aqui no Brasil, a eterna camisa 10 é menos reconhecida.

Hoje em dia, ela trabalha como treinadora no Walnut Creek Soccer Club e no Solano Community College em Fairfield, Califórnia, EUA.