Ex-jogador demonstrou ser contra o retorno do futebol brasileiro em meio a pandemia
Lucas Miluzzi Publicado em 01/07/2020, às 20h32 - Atualizado às 21h40
Na noite desta quarta-feira, 1, o programa Revista do Esporte, da TV Cultura, recebeu o ex-jogador de futebol e comentarista esportivo Walter Casagrande. O ídolo do Corinthians falou sobre diversos temas e entre eles conversou sobre a democracia no Brasil e também o retorno do futebol no país.
Durante o conturbado momento político que o povo brasileiro está enfrentando, Casagrande se juntou com alguns ex-jogadores, cineastas e famosos para montar um grupo em prol democracia no Brasil. O comentarista falou sobre o tema e também criticou alguns atletas que não se posicionam durante esse período.
"É ali mesmo que vocês tinha que me colocar. Queriam me colocar em qual grupo, daqueles que não falam? Dos jogadores de hoje que não se pronunciam para nada? Meu grupo era aquele mesmo, de Reinaldo, Magrão, Afonsinho, Wladimir. Essa turma que me ensinou e foi referência para mim(...) Eu sou da democracia corintiana, cara. Não tinha como eu não me envolver com isso e ficar na minha casa sentado olhando para a televisão. Foi aí que eu pensei em criar esse grupo e para manter a democracia plena forte e dentro do nosso regime do país", afirmou.
Além disso, Casagrande analisou o retorno do futebol brasileiro em alguns estados do país e não poupou críticas para essas decisões. O ex-jogador fez questão de demonstrar sua insatisfação com a volta dos jogos no Rio de Janeiro.
"Os caras queriam voltar a jogar futebol no auge da pandemia. Eu acho que ainda é cedo, eu acho que é assustador voltar agora. Aqui em São Paulo estão voltando agora, mas o terror mesmo é lá no Rio de Janeiro", disse.
Ele também se mostrou incomodado com a partida entre Bangu e Flamengo, que foi realizada no fim do mês passado, no Maracanã, ao lado de um hospital de campanha contra a Covid-19. Walter Casagrande questionou a existência daquele embate e ressaltou que o Brasil está perdendo a partida contra o coronavírus.
"Quando o Flamengo voltou a jogar, contra o Bangu, do lado de um hospital de campanha, no Maracanã, haviam morrido duas pessoas ali. Eu pensei comigo mesmo:"Que gol é esse?", "Esse gol é para comemorar o que?", "O que você vai fazer com esse gol?", "Vai olhar para o lado e você vai estar comemorando um gol e você está ganhando um jogo?" "Que jogo você está ganhando?", indagou.
"Nós estamos perdendo o jogo para a Covid-19 e isso não faz sentido algum. Eu estou muito preocupado com tudo, o adversário é muito díficil e ele é mortal. A vida vale muito mais para mim do que uma bola de futebol", concluiu.
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