Sportbuzz
Busca
Facebook SportbuzzTwitter SportbuzzYoutube SportbuzzInstagram SportbuzzTelegram SportbuzzSpotify SportbuzzTiktok Sportbuzz
Futebol / PRECONCEITO!

Campeão Brasileiro pelo Corinthians diz que racismo no Brasil é maior do que na Europa: "Aqui há um preconceito racial fingido"

Zagueiro se posicionou sobre as recentes manifestações contra o racismo

Lucas Miluzzi Publicado em 03/06/2020, às 17h59 - Atualizado às 18h45

WhatsAppFacebookTwitterFlipboardGmail
Betão foi campeão brasileiro pelo Corinthians em 2005 - Transmissão / Youtube
Betão foi campeão brasileiro pelo Corinthians em 2005 - Transmissão / Youtube

Na última semana, as manifestações contra o racismo ganharam ainda mais força depois que um policial branco asfixiou um homem negro, em em Minneapolis, no Estados Unidos. O assasinato reverberou com diversas ações contra o preconceito racial no país e ao redor do mundo.

Diversos atletas brasileiros se pronunciaram sobre o tema e um deles foi Betão, campeão brasileiro pelo Corinthians, em 2005. Sempre se mostrando a favor da luta pela igualdade no país, o capitão do Avaí, em entrevista à Alexandre Praetzel, comentou sobre os recentes movimentos raciais. 

Eu torço para que isso não seja apenas mais um ato de comoção. Todos os outros casos foram de comoção. Jogaram uma banana para o Daniel Alves, aí fica uma hastag #forçaDanielAlves por uma semana, passou e acabou. O Tinga foi ofendido, aí #forçaTinga e acabou. Só espero que essa questão do George Floyd não seja apenas mais uma comoção. Talvez esteja sendo maior porque foi filmado, mas quantos casos não são filmados e que acontecem diariamente?", questionou. 

O jogador fez uma análise profunda do racismo dentro do futebol e afirmou que em relação a Europa, o preconceito racial no Brasil é maior. Ele ainda deu exemplos de como as falas racistas, dentro e fora do esporte, afetam os atletas. 

As pessoas falam muito no preconceito racial na Europa, mas acho que aqui no Brasil é maior do que lá. Aqui há um preconceito racial fingido, tapando o sol com a peneira. Aqui tem a maneira de falar assim, “olha o neguinho ali”. Por que neguinho é referência? A gente não vê usarem o branco como referência. Nossa luta não é contra o homem branco e sim contra os racistas”, explicou.

Betão ainda aproveitou para criar uma corrente para que essas manifestações continuem e não se tornem apenas uma onda de protestos. O zagueiro se colocou a favor da luta contra o racismo e pediu união de todos em um momento tão complicado que a sociedade mundial vive. 

Espero que não seja apenas uma comoção mundial e sou contra a violência. É uma luta de consciência e resiliência. Já sofri preconceito racial jogando no Brasil e ouço direto, ao contrário da Europa, onde nunca aconteceu comigo. Não podemos achar nada normal e levo isso com naturalidade. Vamos mostrar nossa força pela nossa capacidade, caráter e dignidade. É desta maneira que vamos combater isso”, concluiu.