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Futebol / GOLEIRO BRUNO

Bruno Samúdio, filho do goleiro Bruno, revela que quer mudar de nome para se desvincular do pai

Aos 9 anos, o garoto diz que não tem ódio de Bruno por não conhecê-lo, mas tem medo dele; ele se refere a Bruno como seu "genitor"

Gabriela Santos Publicado em 12/10/2019, às 17h36

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Filho de goleiro Bruno deseja trocar de nome - Youtube
Filho de goleiro Bruno deseja trocar de nome - Youtube

Bruno Samúdio, de 9 anos, filho de Eliza Samúdio com o goleiro Bruno Fernandes, revelou que deseja mudar de nome para se desvincular de Bruno.

Ao UOL Esporte, o menino disse que deseja se chamar Gabriel e que tem medo de Bruno. A avó, mãe de Eliza, também comentou que o garoto evita usar o sobrenome “Souza” do goleiro.

“Na verdade, ele me diz o tempo todo que queria se chamar Gabriel, que queria mudar de nome. Eu não vou fazer isso, de jeito nenhum. Se o Bruninho, quando for adulto, quiser fazer isso, vou respeitar. Mas não vou interferir no nome que minha filha escolheu”, disse à reportagem Sônia de Fátima, de 53 anos, avó do menino, que continuou:

"Levei meu neto para tirar o RG há alguns meses e ele teve de assinar o nome completo naquela partezinha ali embaixo. Escreveu só 'Bruno Samudio' bem grande para que não coubesse mais nada. Não adiantou: o atendente disse que precisaria colocar o "Souza" também e ele fez um escândalo”, disse Sônia. 

Bruninho, como é chamado pela avó, refere-se a Bruno apenas como seu “genitor” e revelou que não sente ódio do goleiro, que matou sua mãe, por não conhecê-lo. "Como vou ter ódio de alguém que não conheço?", e respondeu categoricamente: “Minha mãe é a Eliza”.

Ao descobrir que o goleiro Bruno seria solto, a reação do garoto de 9 anos foi de medo, revelou Sônia de Fátima. A mãe de Eliza ainda contou à reportagem que, depois de muitas conversas com a psicóloga, tentou não interferir mais na relação de paixão que seu neto tem pelo futebol.

"Depois de muita conversa com a psicóloga, decidi não interferir mais. O Bruno Fernandes é uma pessoa, o Bruno Samudio, meu neto, é outra. Ele deve escolher o rumo da própria vida”, argumentou.

Sônia também que seu neto sabe o suficiente sobre o pai. “Um dia, se ele quiser, vai poder conhecê-lo. Ele diz: 'Mãe Soninha, como vou confiar num cara que tentou me matar? Nem se ele me oferecer um refrigerante fechado vou aceitar'. Ele fala que tem medo do Bruno, sabe? Um dia, sei que será inevitável o encontro dos dois. Mas, se depender de mim, ele não chega perto do Bruninho”, afirma.

A avó também revelou que evita que o menino descubra que Bruno retornou ao futebol. A recepção que o goleiro teve pela torcida do Poços de Caldas a entristece. "Ver pais levando os filhos para exaltar um assassino é uma inversão de valores. Eu acredito muito na ressocialização, inclusive na dele. Mas não no esporte. O esporte envolve ser ídolo e como um assassino vai ser ídolo de alguém?”, revelou.

Por fim, Sônia contou à reportagem que não sente mais ódio de Bruno pelo assassinato de sua filha, Eliza Samúdio, mas revela que foi um processo difícil e demorado, e que teve esta atitude pelo neto.

“Ajoelhava e rezava, gritava, doía de um jeito que eu perdia a voz. Não saía, sabe? Quando o Bruninho era bebê, eu deitava na cama, ele, no berço, e fechava todas as janelas. Se eu pudesse sumir com ele para um lugar em que não tivesse gente, eu iria. Eu queria ficar só com ele. Se eu sentisse ódio do pai dele, automaticamente transferiria esse ódio para ele. Eu não podia odiar meu neto”, disse. 

A reportagem também revela que Bruninho tem medo de ser reconhcido na rua, e pede para que a avó Sônia não conceda entrevistas. 

Sobre o caso: 

Condenado por 20 anos e nove meses pelo assassinato de Eliza Samudio, agora, o jogador cumpre prisão em regime semiaberto (depois de quase nove anos de reclusão), na cidade de  Varginha, que fica a mais de 150 Km de Poços de Caldas, local onde seu novo clube treina e manda seus jogos.

Por conta disso, toda saída de Bruno de Varginha deve ser notificada e autorizada pela Justiça mineira. 

Para ser beneficiado pelo regime semiaberto, Bruno terá que comprovar que está trabalhando, não sair às ruas de madrugada e apenas sair da cidade de Varginha, onde mora com a família, sob autorização judicial.