Adriano Imperador relembrou passagens marcantes na carreira a perda do pai
O ex-jogador AdrianoImperador concedeu entrevista, em uma espécie de carta aberta ao site "The Player's Tribune", onde convida o leitor a repassar a história de sua carreira."Você quer saber a verdade? Direto de mim? Sem caô? Então puxe uma cadeira, cara. Porque o Adriano tem uma história pra você", inicia.No depoimento, Adriano Imperador revela que quase foi dispensado do Flamengo, quando ainda jogava como lateral, e deu detalhes sobre sua primeira convocação à SeleçãoBrasileira.Na época em que isso tudo aconteceu, o ex-atacante tinha 18 anos, e estreou com a amarelinha em um jogo contra a Colômbia, válido pelas Eliminatórias da Copa de 2002."Tudo aconteceu muito rápido. Eu ainda morava com meus pais na época. E, na verdade, eu estava tirando uma soneca quando eles anunciaram a Seleção na TV. Minha mãe entrou na sala gritando: 'Meu filho!', e eu lá roncando para caramba. (...) Saí da cama e vi meu nome na TV", contou.Adriano também relembrou do período em que defendeu a camisa da Inter de Milão, e como foi que surgiu o apelido que já virou praticamente sobrenome dele, o "Imperador".Em um jogo amistoso realizado contra o RealMadrid, Adriano sofreu uma falta fora da área. O ex-atacante pegou a bola para fazer a cobrança, mas Materazzi apareceu e afirmou que iria bater. Até que Seedorf apareceu e disse: "Não, quem vai bater é o Adriano"."As pessoas me perguntam o tempo todo sobre aquela cobrança de falta. Como, como, como? Como você chutou a bola com tanta força? Eu digo a eles: 'Ah, cara! Não sei! Eu bati com a esquerda e Deus fez o resto!'", lembrou.Nas palavras do próprio ex-jogador, esse foi o ponto zero de sua história de amor com a Inter de Milão, "O melhor" clube onde já jogou.Ao falar sobre MassimoMoratti, o então presidente da Inter, o ex-atacante diz que jamais falará mal do ex-mandatário, "Que se importava" de verdade com a pessoa Adriano e citou um episódio em que Moratti reservou um ônibus para 44 familiares da Adriano fazerem "Uma turnê" pela Itália.Em 2004, nove dias depois de marcar um gol decisivo contra a Argentina, na final da Copa América, Adriano recebeu a notícia que mudou sua vida, seu pai tinha morrido."Eu realmente não queria falar sobre isso, mas vou te dizer que, depois daquele dia, meu amor pelo futebol nunca mais foi o mesmo. (...) Quando joguei futebol, joguei pela minha família. Quando marquei, marquei para a minha família. Então, quando meu pai morreu, o futebol nunca mais foi o mesmo. (...) Fiquei tão deprimido, cara. Comecei a beber muito", disse antes de completar."Eu realmente não queria treinar. Não teve nada a ver com a Inter. Eu só queria ir pra casa. Nem todas as lesões são físicas, sabe?", concluiu.De volta ao Brasil, depois do desgaste no relacionamento com JoséMourinho e com a imprensa italiana, Adriano foi emprestado ao SãoPaulo, onde buscou apoio no Núcleo de Reabilitação Esportiva Fisioterápica e Fisiológica (REFFIS) do clube.Ele reforçou o apoio recebido de Moratti, que o "Deixou sair em paz" da Inter de Milão.Passada essa fase, Adriano retornou ao Rio para atuar pelo Flamengo, mas não queria mais ser o Imperador. Ele relembrou o convívio com o grupo que depois 17 anos de jejum, deu um título do Brasileiro à torcida Rubro-Negra."Nunca fui completamente o mesmo depois que meu pai faleceu, mas naquela temporada eu realmente me senti em casa. Senti alegria novamente. Eu voltei a ser o Adriano", lembrou."Eu ganhei quase tudo. E eu tive uma vida incrível, do c******, cara. Sempre tive muito orgulho de ser o Imperador. Mas sem Adriano, o Imperador não presta! Adriano não usa coroa. Adriano é o menino da favela que foi tocado por Deus. Você entende agora? Você vê? Adriano não sumiu nas favelas. Ele apenas voltou pra casa", finalizou.Ver essa foto no Instagram