Sportbuzz
Busca
Facebook SportbuzzTwitter SportbuzzYoutube SportbuzzInstagram SportbuzzTelegram SportbuzzSpotify SportbuzzTiktok Sportbuzz
Coronavírus / CAMPEONATO PAULISTA

Médico da FPF defende continuidade do Paulistão, explica protocolo e cita 'bolha' da NBA

Moisés Cohen garante que os jogadores estão seguros diante do protocolo da entidade

Redação Publicado em 19/03/2021, às 15h41

WhatsAppFacebookTwitterFlipboardGmail
Médico da FPF defende continuidade do Paulistão e explica protocolo: “É uma segurança para o atleta” - GettyImages
Médico da FPF defende continuidade do Paulistão e explica protocolo: “É uma segurança para o atleta” - GettyImages

No último dia 11 de março, o Governo do Estado de São Paulo anunciou a paralisação do Campeonato Paulista por duas semanas como uma das medidas de segurança para conter o avanço da pandemia de coronavírus no estado. Após a decisão, a Federação Paulista de Futebol (FPF) tentou derrubar a medida para dar continuidade ao torneio, mas sem sucesso.

Em entrevista ao programa “Globo Esporte” desta sexta-feira, 19, o presidente do Comitê Médico da FPF, Moisés Cohen, reforçou que a entidade entende que o futebol não deveria ser paralisado em meio ao agravamento da pandemia, argumentando que o protocolo do campeonato não oferece riscos aos atletas e nem prejuízos à população.

Cohen foi enfático ao falar que os jogadores estão mais seguros nos CTs, com testagem frequentes, do que em suas próprias casas.

“Não somos negacionistas, como alguém quis colocar. Não estamos negando nada. Pelo contrário: estamos tentando, através da ciência, fazer a manutenção de algo, dando uma segurança para o atleta que ele talvez não tivesse nem na sua casa. Dentro da concentração fechada, ele tem exames. Se for positivo e por acaso acontecer alguma coisa, nós fazemos o rastreamento de contato, onde esteve nas últimas horas, família. Vamos lá, fazemos os exames. (Sem o futebol) Ele não vai ter mais isso. Ele vai ter eventualmente o coronavírus, assintomaticamente, e vai estar espalhando o vírus por todo o canto, e não vamos nem ficar sabendo”, declarou Moisés Cohen.

A fala dele rebate a declaração do neurocirurgião Miguel Nicolelis que, durante o “Globo Esporte” de quinta-feira, classificou como negacionistas os argumentos da FPF para tentar reverter a decisão do estado e dar continuidade ao Paulistão.

“Quando falamos em fechá-lo, estamos fazendo exatamente uma amostragem daquilo que temos um controle muito próximo, do que chamamos de modelo epidemiológico ideal. Tomara Deus que a gente pudesse dar esse modelo para toda a nossa população. Infelizmente, essa não é a realidade. Ele (o protocolo) é seguro por várias razões. Ainda que o caso seja de contaminação, ele está mais seguro dentro de uma concentração, em que vai ser testado, acompanhado pelo médico, do que em casa, disseminando isso para familiares, amigos, e ninguém nem tá sabendo que é dele que saiu o negócio”, acrescentou.

Cohen ainda usou o exemplo da “bolha” da NBA em Orlando, na reta final da temporada 2019/20, e revelou que a FPF queria adotar a ideia.

“Não existe um protocolo que seja 100% seguro no mundo. Porém, o que nós tentamos fazer é um protocolo com segurança máxima dentro da realidade que vivemos, particularmente dentro do futebol. Nós não podemos contar e avaliar o protocolo pelas eventuais fugas do protocolo. A ideia que sugerimos ao Governo do Estado foi fechar esses atletas em bolhas, à maneira da NBA, da Major League, e esses atletas terem acompanhamento médico o tempo todo e serem testados antes e após cada jogo. Dessa forma, estaríamos diminuindo muito a possibilidade de contaminação. Quero chamar atenção para o seguinte: o atleta, via de regra, nos mais de 35 mil testes que fizemos pela Federação Paulista de Futebol, na sua grande maioria, (...) são assintomáticos ou muito pouco sintomáticos, e esse que é o perigo”, completou.

A FPF tentou derrubar a decisão em reuniões com o governo e com o Ministério Público Estadual, mas não teve resposta favorável. Assim, as rodadas do Campeonato Paulista deste fim de semana e do meio da próxima semana seguem suspensas.