Clubes das Séries A e B do Brasileiro, federações e CBF deveriam se unir para ajudar os demais
Redação Publicado em 22/03/2021, às 08h17
Como forma de prevenção ao avanço da pandemia de coronavírus, o Campeonato Mineiro será paralisado pela Federação Mineira de Futebol (FMF) depois da decisão do Governo de Minas diante do número de casos da doença.
O Estado está na onda roxa da Covid-19, com restrições mais rígidas para conter o vírus. Um tema que foi novamente abordado pelo técnico Lisca, do América-MG.
Ele sugeriu que clubes e jogadores com menos capacidade econômica sejam ajudados pela elite do futebol no Brasil, citando uma espécie de "Auxílio emergencial" da bola.
"Não podemos deixar nenhum profissional desatendido, não só no futebol. Já tivemos auxilio emergencial que foi fundamental. Meu irmão está com restaurante fechado em Porto Alegre. Prejuízo enorme. Vários profissionais autônomos que não estão trabalhando", disse.
O técnico se mostrou favorável a um movimento coletivo de federações estaduais, CBF, e os 40 principais clubes do país, para a criação de um fundo econômico capaz de abastecer as necessidades das equipes de menor expressão.
O auxílio emergencial no futebol já foi assunto debatido no Governo Federal. Em 2020, a lei de ajuda ao esporte sancionada pelo presidente do Brasil teve a parte do auxílio vetada.
"Se tiver que parar... Os clubes menores... Acho que nós, treinadores e clubes das Séries A e B, CBF e Federações, deveriam se mobilizar para criar auxílio emergencial do jogador de futebol profissional pelo tempo que ele ficar parado. Ajudando os clubes que não tiverem capacidade para pagar esses profissionais pelo tempo que ficarem parados", sugeriu.
Está não foi a primeira vez que o treinador se posicionou com a pandemia no futebol. No início do mês, ele se mostrou contra o calendário da Copa doa Brasil, que obrigaria clubes a atravessar o país para a disputa de jogos.
Na época, Lisca não se sentiu apoiado por alguns segmentos do esporte e agora, ele deixou claro que não defende a parada do futebol, mas apontou suas palavras naquele dia como premonitórias.
"Não sou a favor ou contra de nada. Dei a minha opinião sobre as viagens da Copa do Brasil, há três semanas (...) A minha colocação foi de ver os deslocamentos da Copa do Brasil. Hoje eu vi vários infectologistas falando que isso é uma bomba. A Ponte e o Marília estão com casos. O Marília foi para Varginha, depois não sei aonde. Jogaram os caras na estrada. Eu avisei há duas semanas que seria difícil", contou.
"Faço um apelo para toda a população de Minas. Vamos ficar em casa, nos cuidar, está bem difícil", pediu.
Desde seu início, a pandemia de coronavírus impactou as finanças de todos os clubes profissionais do futebol brasileiro, em diferentes níveis, inclusive, até os mais ricos precisaram se reinventar.
Receitas foram cortadas, salários milionários precisaram ser pagos, mas sem jogos para disputar e sem renda, além dos cortes nos pagamentos aos funcionários que foram realizados.
Diante disso, Lisca lembrou da política adotada pelo América.
"Nós, do América, fomos cortados em 40% (do salário) em quatro meses. Dois (meses) a gente negociou e ficou para o América. Dois, pelo grande ano do América, o clube acertou com a gente. Fica uma sugestão, de repente cortar as imagens de jogadores e treinadores das Séries A e B, 20% fica no clube e 20% fica para esse fundo. A CBF tem controle de todos os contratos, de valores, está tudo dentro da CBF", acrescentou.
"É hora da gente, em melhor condição, se sacrificar e ajudar todos. Está caindo de maduro para a gente do futebol fazer isso. Eu me despenho para puxar essa campanha, convoco meus colegas das Séries A e B para iniciar esse processo", finalizou.
